Barril de petróleo deve chegar a US$ 55 em 2017 e energia ficará mais cara, prevê Banco Mundial

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Em atualização das previsões de preços das commodities, Banco Mundial elevou valor do barril de petróleo em dois dólares. Cálculo leva em conta decisão da OPEP de impor restrições à produção. Preços da energia, abrangendo petróleo, gás natural e carvão, devem registrar um salto de quase 25% no próximo ano. Agência da ONU prevê recuperação modesta dos produtos básicos em 2017.

O barril de petróleo bruto deverá custar 55 dólares em 2017, alertou o Banco Mundial em atualização de suas previsões para o preço da commoditie. Divulgado na semana passada (20), o novo valor é dois dólares mais caro do que a cotação anterior. Preços da energia, abrangendo petróleo, gás natural e carvão, devem registrar um salto de quase 25% no próximo ano.

Entre as causas do aumento, o organismo financeiro destaca a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de limitar a produção, após um longo período sem restrições à oferta.

Segundo o economista sênior do Banco Mundial e principal autor do relatório com as novas previsões — Commodity Markets Outlook —, John Baffes, “as perspectivas estão cercadas por grande incerteza, pois aguardamos os detalhes e a implementação do acordo da OPEP, que, se concluído, terá um impacto sobre os mercados de petróleo, não resta dúvida”.

A edição do documento publicada em outubro apresenta uma seção dedicada exclusivamente ao recente anúncio da OPEP. A agência das Nações Unidas aponta que, historicamente, acordos destinados a influenciar os preços de produtos básicos, como o estanho e o café, conseguiram influenciar os mercados por algum tempo, mas acabaram perdendo essa capacidade e entraram em colapso.

O Banco Mundial considera ainda que a capacidade da OPEP para afetar os preços do petróleo provavelmente será “posta à prova” pela expansão da oferta de petróleo de fontes não convencionais, como os produtores de xisto.

Até o final de 2016, os preços do petróleo devem registrar uma média de 43 dólares por barril, com as previsões para este ano mantendo-se inalteradas em relação ao relatório de julho.

Outras commodities

A análise do Banco Mundial inclui ainda previsões sobre outros produtos básicos, que devem registrar uma modesta recuperação em 2017, com o fortalecimento da demanda e a diminuição da oferta.

Os preços dos metais e minerais devem subir 4,1% em, 2017 — valor que representa uma correção de 0,5% para cima na comparação com cálculos anteriores. A causa é também uma maior restrição da oferta. A previsão é de que os preços do zinco subam mais de 20% após o fechamento de algumas grandes minas do mineral e cortes na produção em anos anteriores.

O ouro deve recuar ligeiramente no ano que vem, para 1.219 dólares por onça, conforme as taxas de juros se elevem e a busca pela proteção de ativos mais seguros diminua.

No setor agropecuário, a projeção é de que os preços aumentem 1,4% em 2017, ligeiramente abaixo do esperado em julho, pois os valores dos alimentos devem subir mais gradativamente do que o imaginado — 1,5% — e os preços das bebidas devem sofrer uma queda mais acentuada — 0,6% — devido a uma safra volumosa de café.

Entre os alimentos, a previsão é que os grãos tenham uma alta mais forte do que o esperado, de 2,9%, no próximo ano, ao passo que os óleos e farinhas subam 2%, abaixo da expectativa.

“Os baixos preços dos produtos básicos atingem duramente as economias emergentes e em desenvolvimento que exportam esses produtos, mas esse ciclo parece ter chegado ao fim”, disse o diretor do Grupo de Perspectivas do Banco Mundial, Ayhan Kose.

“O crescimento nesse conjunto de economias deve ficar próximo a zero no ano. Sempre que possível, as autoridades devem buscar estratégias para reforçar o crescimento, como investimentos em infraestrutura, saúde e educação, no contexto de um plano fiscal de médio prazo confiável”, explicou.

Fonte: Onu Brasil
Foto: EnerNews


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