BNDES aprova financiamento de R$ 2,56 bi para sistema de transmissão de Belo Monte

0
1003

linha-de-transmissãoO Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de longo prazo no valor de R$ 2,56 bilhões para construção do primeiro dos dois sistemas de transmissão a serem implantados para escoamento da energia elétrica gerada pela Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte, no Pará, para a Região Sudeste. O projeto já conta com empréstimo-ponte do BNDES de R$ 718 milhões, contratado em 2015, sendo prevista sua quitação com parte dos recursos do financiamento de longo prazo.

O projeto inclui a construção de uma linha de transmissão com extensão total de 2.092 km, que atravessará 65 municípios dos estados do Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais e de duas subestações conversoras: Xingu, no Pará, e Estreito, em Minas Gerais.

A beneficiária do financiamento é a sociedade de propósito específico Belo Monte Transmissora de Energia SPE S/A (BMTE), controlada pelo grupo chinês State Grid (51%) em parceria com o Grupo Eletrobrás, por meio das subsidiárias Furnas Centrais Elétricas e Eletronorte.

Do total a ser investido no projeto, orçado em R$ 5,6 bilhões, cerca de 46% serão financiados pelo BNDES, sendo R$ 1,68 bilhão em operação direta e R$ 875 milhões por meio de repasse da Caixa Econômica Federal. Entre as fontes de recursos do projeto está prevista, ainda, a possibilidade de emissão no mercado de debêntures de infraestrutura, no valor de R$ 520 milhões.

A operação de financiamento aprovada obedeceu às condições divulgadas pelo Banco em seu site previamente ao leilão da concessão do projeto, com base nas Políticas Operacionais então vigentes.

Tecnologia inédita

Os recursos aprovados serão destinados à implantação do sistema de transmissão, cuja concessão para construção e operação foi leiloada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em 2014. As obras já foram iniciadas e têm previsão de serem concluídas em fevereiro de 2018.

A linha de transmissão entre as subestações Xingu e Estreito escoará energia em corrente contínua com voltagem de 800 kV, caracterizada como ultra-alta tensão (UAT). A tecnologia é inédita no Brasil e permite menores índices de perdas no transporte da energia em comparação com a tecnologia de corrente alternada, sendo adequada para grandes distâncias de transmissão de energia.

Além da linha, o sistema de transmissão contará com uma estação retificadora na subestação Xingu (PA), que fará a conversão da corrente alternada para corrente contínua (500kVCA / 800kVCC – 4.000MW), e uma estação inversora na subestação Estreito (MG), que fará a conversão da corrente contínua para a corrente alternada (800kVCC / 500kVCA – 3.850MW).

Reforço no abastecimento – A UHE Belo Monte, em construção no rio Xingu, no Pará, terá capacidade instalada de 11.233 MW e contará com dois sistemas de transmissão para transporte da energia gerada até a Região Sudeste. Além da LT Xingu/Estreito, haverá um segundo sistema, com linha de 2.550 km de extensão, que interligará as subestações Xingu (PA) e Nova Iguaçu (RJ). A concessão foi leiloada pela ANEEL em 2015 e arrematada também pela State Grid, em parceiros.

Além dos linhões para a Região Sudeste, há um terceiro sistema de escoamento da energia de UHE Belo Monte em 500 kV, em implantação, que transportará energia da SE Xingu até a Região Nordeste, passando pelos estados do Pará e Tocantins.

Maior transmissora do mundo – Constituída no Brasil como State Grid Brazil Holding (SGBH), a empresa controladora da Belo Monte Transmissora de Energia pertence à estatal chinesa State Grid Corporation of China (SGCC), maior empresa de serviço de utilidade pública do mundo, com US$ 466 bilhões em ativos, 1 milhão km de linhas de transmissão, atendendo a 88% do território chinês. No Brasil, a SGBH já detém 23 concessionárias de transmissão e é o terceiro maior grupo no segmento.

Investimentos sociais

Além da implantação do sistema de transmissão, em que deverão ser gerados até 7 mil empregos diretos e 21 mil indiretos, serão financiados investimentos sociais no valor de R$ 12,72 milhões, complementares aos investimentos de caráter socioambiental compulsórios previstos no licenciamento ambiental. Esses investimentos sociais, a serem realizados na área de influência do projeto, terão como objetivo a melhoria da qualidade de vida de populações dessa região.

Fonte: BNDES


Deixe uma resposta