Prédio atingido por incêndio que matou quatro pessoas no Brás será demolido e investigado por “trabalho escravo”

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O prédio atingido pelo incêndio que matou quatro pessoas no Brás, região central da capital paulista, terá de ser demolido, segundo avaliação da Defesa Civil. “Vai ter que demolir porque toda a estrutura está comprometida”, ressaltou o coordenador Operacional do órgão, Nelson Suguieda. O proprietário do imóvel, que está interditado, ainda não foi localizado. Ele será intimado a tomar as providências necessárias nesse sentido.

Uma criança, que poderia ser a quinta vítima do fogo, foi encontrada em segurança. Morreram dois homens e duas mulheres. Entre eles, o responsável por alugar espaços do prédio invadido para moradia irregular. No local, imigrantes, principalmente bolivianos, viviam e trabalhavam em precárias oficinas de produção de roupas. Além dos mortos, 24 pessoas ficaram feridas.

O auditor fiscal do Trabalho Renato Bignami informou que a situação era irregular, já que os trabalhadores ficavam confinados e faziam do mesmo ambiente moradia e local de trabalho. No imóvel de dois andares foram encontrados botijões de gás, o que não é permitido pelas normas do trabalho. Além disso, foi verificada sobrecarga dos fios elétricos e amontoados de tecidos usados na produção de roupas.

Trabalho escravo

Segundo o auditor fiscal do Trabalho, a investigação vai apurar se ocorria no local uma situação de sweat shop, similar ao trabalho escravo. “Um sistema extremamente baseado em subcontratações, terceirização intensa da cadeia produtiva, extenuante jornada de trabalho, em que os trabalhadores ficam confinados no local de trabalho e acontecem acidentes como esse”, afirmou.

Até as 15h30 os bombeiros trabalhavam no rescaldo do incêndio e recolhiam material que pudesse indicar as causas do fogo. O incêndio começou por volta das 4h e às 5h já estava controlado. Um frigorífico vizinho ao imóvel também sofreu interdição parcial, devido ao risco de uma parede desabar sobre o telhado do estabelecimento.

 

Fonte: Agência Brasil


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