Um trabalho que vem sendo desenvolvido na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP e na Columbia University, em Nova York, nos EUA, está utilizando um sistema bioeletroquímico denominado Célula a Combustível Microbiana (CCM), conhecida na literatura internacional como microbial fuel cell, para a geração direta de eletricidade a partir de resíduos orgânicos, como efluentes industriais. “O objetivo é otimizarmos o processo e, para tanto, já desenvolvemos protótipos com equipamentos de baixo custo que estão sendo testados na EACH e na Columbia University”, disse o gestor ambiental Vitor Cano, doutorando da EACH que foi o entrevistado desta quinta-feira (7) no podcast Os Novos Cientistas.

Os tratamentos tradicionais dos efluentes de processos industriais, ou seja, dos resíduos líquidos resultantes, ocorrem principalmente por meio da remoção de poluentes para, em seguida, despejá-los em cursos d’água. Basicamente, trata-se de um reator biológico composto de bactérias capazes de consumir a matéria orgânica em sua respiração, mas com a diferença de que elas podem transferir os elétrons gerados no processo para fora da célula. Dessa forma, é possível capturar esses elétrons em um eletrodo, gerando assim uma corrente elétrica.

“É uma tecnologia muito recente e promissora, pois permite a geração direta de eletricidade a partir de resíduos orgânicos, como efluentes industriais. Em outras palavras, é possível tratar efluentes industriais e, em vez de gastar energia, gerar eletricidade”, explica Cano, que está no Departamento de Engenharia Ambiental da universidade norte-americana desde outubro de 2017, no grupo de pesquisa coordenado pelo professor Kartik Chandran.


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