Quase 20% da população brasileira, o equivalente a 35 milhões de pessoas, não tem acesso à água potável. Quase todas elas estão na região do semiárido, que sofre com períodos de seca intermináveis. Algumas famílias dedicam até seis horas por dia apenas para buscar água, segundo o governo federal.

Não se trata de um problema exclusivamente brasileiro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,8 bilhão de pessoas utilizam fontes de água contaminada. Elas são obrigadas a isso. Ou consomem água nessas condições, ou morrem de sede. E o futuro não reserva dias melhores. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo enfrentará um déficit de 40% no abastecimento de água potável nos próximos anos.

Não é à toa que água potável e segura para todos está entre os objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela ONU. São 17 objetivos como o da água direcionados aos países que fazem parte das Nações Unidas. Esses esforços não devem ser apenas conduzidos pelos governos. As empresas têm responsabilidade perante a sociedade e devem contribuir para que essas metas sejam cumpridas até 2030 – o prazo para que cada um dos objetivos, chamados de ODS, vire realidade.

Lançada no Dia Mundial da Água em 2017, que é comemorado anualmente no dia 22 de março, a AMA, água mineral da Ambev, empresa que possui mais de 30 marcas de bebida no mercado nacional, tem uma proposta social. Todo o lucro obtido com a venda do produto é revertido para projetos e obras de acesso à água no semiárido. Ou  seja, quanto mais o consumidor comprar a garrafinha de água AMA, maior será o investimento que será feito pela Ambev nos projetos sociais voltados para o aumento do acesso à água potável.

Até agora, um ano e meio depois do lançamento, a AMA obteve lucro acima de R$ 2,8 milhões. Esse dinheiro foi empregado em 29 projetos distribuídos em cinco estados – Ceará, Bahia, Paraíba, Piauí e Pernambuco. A partir de janeiro do próximo ano, outros quatro estados serão contemplados: Alagoas, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Sergipe.

O primeiro estado que recebeu investimento foi o Ceará. A iniciativa AMA teve início lá porque a Fundação Avina, parceira da Ambev desde o início do projeto, já realizava ações em algumas regiões, com destaque para perfurações de poços nas comunidades rurais. Essa ONG atua desde 2004 em projetos de acesso à água não apenas no Nordeste como em toda a América Latina.

A população cearense, aliás, sofreu neste ano com a seca extrema, que se trata do segundo estágio mais avançado de estiagem, perdendo apenas para aquele denominado excepcional. De acordo com o Monitor das Secas do Nordeste, divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA), a seca extrema atingiu uma área equivalente a um quinto do estado em setembro.

Somente no Ceará, são nove projetos mantidos pela AMA em localidades que necessitam de ajuda. O município de Farias Brito, por exemplo, está abaixo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nacional. Esse indicador mede a qualidade de vida e o grau de desenvolvimento econômico de uma região, que pode ser uma cidade, um estado ou um país. Apenas 6,5% da população de Farias Brito está ocupada. O trabalhador formal ganha em média um salário e meio, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também informa haver quase 19 mil habitantes na cidade.

Para facilitar o processo de levar água encanada para a casa das pessoas, a AMA construiu um poço profundo e organizou um modelo de gestão comunitária dessa estrutura. Os próprios moradores são responsáveis pelo uso adequado e sustentável do poço disponibilizado pelo projeto. Além disso, o investimento de R$ 100 mil possibilitou a instalação de placas solares para baratear o custo da energia elétrica consumida na distribuição da água.

Desde o início, uma das prioridades da iniciativa AMA foi possibilitar que as crianças nordestinas tivessem acesso à água nas escolas. A construção de cisternas e de sistemas de reúso de água cinza, usada para lavar as mãos ou a louça, permite que os estudantes façam todas as atividades necessárias, como tomar banho, receber uma alimentação de qualidade e até mesmo cultivar hortas. A escola municipal de educação infantil do município paraibano de Itatuba foi uma das beneficiadas. Não apenas os alunos foram beneficiados, como também os habitantes sem ligação com a escola.

Para visualizar o mapa dos investimentos realizados até o momento, com informações detalhadas sobre os projetos desenvolvidos, basta acessar o site da AMA: http://www.aguaama.com.br .



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