Os economistas não possuem em seus modelos nenhuma variável que leve em conta “nem” a contribuição da água para o processo econômico. O próprio tratamento do processo econômico desvirtua a sua natureza física, mas todos sabemos que é um processo físico.

A água e todos os recursos da natureza são considerados até hoje pelos macroeconomistas completamente irrelevantes para o processo econômico. Mas isso não se conclui de forma direta e sim indireta, por isso parece invisível. Essa conclusão deriva dos usos das leis da mecânica clássica nas hipóteses de todo esse corpo teórico. Todo economista é mecanicista, provavelmente sem saber.

A mecânica embora válida para assuntos pontuais, como construir uma ponte, foi totalmente superada na explicação de sistemas complexos. A termodinâmica que surgiu 100 anos depois da mecânica mudou completamente a visão que a humanidade tinha da realidade. Com isso os processos físicos sistêmicos ganharam natureza de irreversibilidade e e de mudança qualitativa definitiva.

Apesar da economia ser uma irmã siamesa da física, não acompanhou nenhum dos seus avanços e os economistas estão parados na mecânica de 250 anos atrás.

Tem uma razão muito importante para isso ter acontecido: com os avanços da física saberíamos que a economia é um subsistema do planeta e, por essa razão, a maior parte dos lucros que são obtidos através da destruição do planeta não só são imorais, como irão virar pó brevemente.

O planeta – e a sociedade – dominam a economia, não o inverso.

HUGO PENTEADO
Economista Ecológico, autor do livro Ecoeconomia – Uma nova Abordagem (2003, 2009, Editora Lazuli). Mestre e Graduado em Economia pela FEA/USP. Terminou a carreira como Economista-chefe de instituições financeiras, onde trabalhou por 32 anos.


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