Gana: além de perdas humanas, desnutrição infantil causa prejuízo de US$2,6 bi ao ano

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De acordo com relatório divulgado pela ONU, a perda representa 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Além disso, 37% da população adulta em Gana sofreu de nanismo na infância; 24% de todos os casos registrados de mortalidade infantil são associados à desnutrição; e a mortalidade infantil associada à desnutrição reduziu a força de trabalho no país em 7,3%.

A economia de Gana perde cerca de 2,6 bilhões de dólares por ano – ou 6,4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) – devido à desnutrição infantil, advertiu um novo estudo das Nações Unidas lançado no início de agosto em Acra, capital e maior cidade do país.

“Na região norte de Gana, 30% das crianças com menos de cinco anos são raquíticas ou cronicamente desnutridas. Essa condição não só afeta o crescimento dos menores, mas também o seu desenvolvimento educacional e potencial econômico e, consequentemente, o futuro do país”, disse a vice-representante do Programa Mundial de Alimentos (PMA) para a África Central e Ocidental, Margot van der Velden.

Entre outras conclusões, o relatório revelou que 37% da população adulta em Gana sofreu de nanismo na infância; 24% de todos os casos registrados de mortalidade infantil são associados à desnutrição; e a mortalidade infantil associada à desnutrição reduziu a força de trabalho no país em 7,3%.

“As pessoas afetadas por nanismo enfrentam consequências ao longo da vida desde a infância, tais como doença frequente, mau desempenho escolar e baixa produtividade no local de trabalho”, observou o documento.

De acordo com o relatório ‘Custo da Fome na África: o impacto social e econômico da desnutrição infantil no desenvolvimento a longo prazo do Gana’, boa parte das perdas está relacionada ao aumento dos custos de saúde, aos encargos adicionais sobre o sistema de educação e a menor produtividade da força de trabalho.

O relatório apontou também que, embora Gana tenha empreendido alguns progressos na melhoria da nutrição infantil nas últimas duas décadas – como a redução da desnutrição crônica ou nanismo de 23 para 19% –, são necessários muitos novos progressos.

Além disso, de acordo com o estudo, o nanismo é mais do que uma questão de saúde e deve ser resolvida através de uma abordagem multissetorial, tendo prioridade em todos os programas de desenvolvimento – da comunidade em nível nacional.

“Na União Africana (UA), acreditamos que a realização da Agenda 2063 (plano de visão e ação da UA para os próximos 50 anos) e a promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) não serão possíveis sem o aproveitamento pleno do potencial de todos os setores da população, e isso inclui nossos filhos”, disse a chefe da Divisão de Saúde, Nutrição e População da Comissão da União Africana, Margaret Agama Nyetei.

“O objetivo de eliminar o nanismo é fundamental para atingir a Fome Zero, objetivo 2 do desenvolvimento sustentável”, acrescentou Thomas Yanga, diretor do escritório do PMA na África. “As perdas para a economia podem ser evitadas por meio de intervenções estratégicas que garantam uma nutrição adequada para as mães e para as crianças.”

“Garantir uma geração livre de desnutrição exige investimentos significativos em estratégias de nutrição e intervenções. Gana precisa fazer parcerias estratégicas com as principais partes interessadas, em particular com o setor privado e com atores não estatais, para combater a desnutrição de forma holística”, completou a diretora da Divisão de Política de Desenvolvimento Social da Comissão Econômica das Nações Unidas para África (UNECA), Takyiwaa Manuh.

O relatório foi conduzido pela Comissão da UA, em parceria com os governos africanos, a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD), a UNECA e o PMA.

Fonte: ONU Brasil

Foto: PMA / Nyani Quarmyne


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