UnB discute ações de combate à violência contra a mulher em evento apoiado pela ONU Mulheres

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Evento aberto à comunidade da Universidade de Brasília acolheu sugestões do público e apresentou propostas já elaboradas para promover o respeito às mulheres e impedir novos episódios de abuso. Em parceria com a UnB, ONU Mulheres realiza cursos de extensão sobre feminicídio e campanhas de prevenção.

A fim de propor e discutir ações para conscientizar membros da comunidade universitária sobre o respeito ao público feminino, à diversidade e à convivência pacífica de gênero, a Universidade de Brasília (UnB) realizou na semana passada (5) o evento “Construção coletiva de ações para o enfrentamento à violência contra as mulheres”. A iniciativa contou com o apoio e a participação da ONU Mulheres no Brasil.

Na primeira parte do encontro, o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) – responsável pela organização do evento – apresentou iniciativas já pensadas em conjunto com organizações e entidades parceiras. As medidas foram debatidas em seguida pelo público presente, que incluiu cerca de 90 docentes, alunos e outros integrantes da comunidade universitária.

Durante a reunião, a coordenadora das questões relacionadas à mulher da Diretoria de Diversidade da UnB, Sílvia Badim, ressaltou que a instituição pretende acolher, formalizar e dar prosseguimento a denúncias de machismo.

“Ainda não temos um regulamento que nos permita punir diretamente os agressores, mas vamos construir o debate por uma nova norma. Não podemos mais permitir que calouros gritem durante o trote que lugar de mulher é na cozinha. Isso não pode ficar sem resposta”, disse.

Professores e estudantes presentes solicitaram melhorias em iluminação e segurança no campus Darcy Ribeiro, sobretudo no período noturno. Segundo o DAC, essas propostas do público foram registradas e serão discutidas internamente para posterior retorno à comunidade.

A decana de Assuntos Comunitários, Thérèse Hofmann, afirmou que a Universidade tem buscado formas de aproveitar melhor o potencial de trabalhos e parcerias como, por exemplo, as iniciativas realizadas com a ONU Mulheres.

“Temos um plano de trabalho para abordar questões da área de violência, com cursos de extensão sobre feminicídio, além de uma campanha de prevenção da violência contra as mulheres, que já vinha sendo desenhada pela UnB e pela ONU Mulheres antes mesmo da morte da Louise”, explicou a representante da agência da ONU, Amanda Lemos.

Segundo ela, o assassinato da estudante de 20 anos – morta em 10 de março dentro da UnB por seu ex-namorado – levou os organizadores a reforçarem o planejamento de ações e serviços de prevenção e aumentou a frequência das reuniões para o desenvolvimento de propostas.

A coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (NEPEM), Lourdes Bandeira, ressaltou que o organismo atua há 30 anos e que existem projetos desenvolvidos em diferentes departamentos da UnB sobre feminismo, violência contra a mulher e temas relacionados.

“Existem muitas ações, mas todas desarticuladas. Precisamos fazer uma articulação para que a Administração Superior esteja presente e a abrangência e a visibilidade sejam crescentes”, sugeriu.

Ao longo do evento, Hoffman pediu a manifestação das unidades acadêmicas para que as ideias saiam do papel. De acordo com a decana, o propósito é formar uma rede de atuação mais ampla, pois o DAC não consegue estar à frente de todas as iniciativas. “Temos prazos estabelecidos, mas as realizações também passam pelo interesse dos nossos parceiros”.

Fonte: ONU Brasil

Foto: Agência Brasil / Fabio Rodrigues Pozzebom


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