Investimentos em fibra óptica devem superar US$ 144,2 bi até 2019, diz UIT

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Redes de fibra óptica estão sendo priorizadas pelas operadoras de telefonia nos mercados emergentes, em detrimento das redes baseadas em fios de cobre. Nos países desenvolvidos, novos entrantes como Google Fiber impulsionam investimentos em redes de alta velocidade.

Os investimentos em infraestrutura de fibra óptica devem superar 144,2 bilhões de dólares entre 2014 e 2019, segundo projeções da União Internacional de Telecomunicações (UIT), diante da alta demanda por dados de usuários em todo o mundo. Desse total, 52,5 bilhões serão investidos em países da Europa Ocidental e 55,1 bilhões em mercados emergentes.

Segundo o relatório da UIT, organização das Nações Unidas que conta com representantes dos governos e empresas, 92,7 bilhões de dólares desse total serão gastos na tecnologia “fiber to the home” (FTTH), fibra óptica instalada diretamente até a casa do usuário e que oferece maior velocidade. Desse montante, 46,2 bilhões serão investidos em mercados emergentes.

As redes de fibra óptica estão sendo priorizadas pelas operadoras de telefonia nos mercados emergentes em detrimento das redes baseadas em fios de cobre, consideradas obsoletas pelas empresas. “A baixa disponibilidade e qualidade das redes de cobre nos mercados em desenvolvimento podem torná-las impróprias para investimento”, disse o relatório “Tendências da Reforma das Telecomunicações 2016”.

Por outro lado, as concessionárias de telefonia dos mercados desenvolvidos estão apostando no investimento em fibra mais gradual, de forma a alavancar sua rede de cobre e introduzir tecnologias mistas, que incluem o FTTH.

Os países desenvolvidos também têm registrado um aumento dos investimentos de novos entrantes no setor de telecomunicações, que estão instalando redes de gigabits nas cidades uma vez que não têm as restrições impostas pelas redes de cobre. Esse é o caso da Gigaclear e da CityFiber, no Reino Unido, e do Google Fiber nos Estados Unidos e na África.

Banda larga móvel

As operadoras de celular tanto de países desenvolvidos como de emergentes devem promover investimentos significativos em suas redes de Internet móvel 3G e 4G nos próximos anos com o objetivo de impulsionar ainda mais o crescimento dos serviços de dados.

Segundo o relatório da UIT, a penetração da banda larga móvel nos países emergentes ainda é baixa, de 21%, segundo dados de 2014. Na África, a penetração é de 19% e região da Ásia-Pacífico, de 23%. Para a banda larga fixa, essa fatia é ainda menor, com 0,4% na África, 3% nos Estados árabes e 7,7% na região da Ásia-Pacífico.

“Mas um aumento dos investimentos em 3G e 4G deve impulsionar o crescimento e aumentar a penetração desses serviços, levando a maiores receitas”, disse o documento. “Economias como China, Brasil e Índia devem verificar aumento do crescimento das receitas, impulsionadas por investimentos em infraestrutura móvel e serviços de banda larga móvel.”

Nos países desenvolvidos, a penetração da banda larga móvel está em 64%. Além disso, quase 79% de todas as conexões da banda larga fixa no mundo estão na Europa e em mercados desenvolvidos da Ásia.

A previsão da organização da ONU é que os maiores crescimentos de receita virão de Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, que são líderes mundiais em uso de dados móveis via 4G, mas também de alguns mercados europeus, onde a tecnologia vem ganhando espaço.

O relatório mostrou que 308 operadoras lançaram ou estão planejando lançar 4G no mundo, sendo 138 delas em países emergentes, que representam proporção significativa da base global de usuários.

A nova edição do documento é uma compilação de trabalhos apresentados na edição de 2015 de um simpósio da UIT com reguladores, e tem como objetivo explorar novas formas de regulação para garantir que cidadãos possam se beneficiar de oportunidades econômicas e sociais criadas pela economia digital, de acordo com o documento.

Consolidação

A consolidação na indústria de telecomunicações, tanto na forma de compartilhamento de redes como de fusões e aquisições, também é uma tendência de mercado e está impulsionando o investimento tanto em redes fixas como móveis, segundo o relatório.

“As melhoras de eficiência e redução de custos por meio da consolidação frequentemente levam operadoras a financiar crescentes investimentos em rede.”

Segundo o documento da UIT, para impulsionar a expansão das redes de banda larga nos países, os reguladores devem ter papel central nas Parcerias Público-Privadas (PPPs), ao encorajar o compartilhamento de infraestrutura e espectro entre as empresas, emitindo licenças com obrigações de cobertura e desempenho.

Fonte: ONU Brasil

Foto: Pexels


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